relatos dos Jogos Olímpicos

Nos dias anteriores aos Jogos Olímpicos não havia jornal ou revista que não contemplasse a maioria das suas páginas com um especial sobre desportos de Inverno, favoritos, horários, entrevistas, etc. Já sabia da excitação que os Jogos (OL- Olimpic Leker), ainda que provavelmente não se compare à euforia provocada pelos últimos OL na Noruega, em Lillehammer, '94, quando o país teve a sua melhor conta de medalhas de sempre, a par com as olímpiadas de '92 (os Jogos de Inverno passaram a estar desencontrados com os de Verão precisamente em 1994). De qualquer forma, como li de um blogue de um norueguês precisamente de Lillehammer, durante 16 dias os Jogos de Torino até vão ser melhores que os de Lillehammer...

Falhei o fim de semana de abertura dos OL, pelas razões explicitadas no post anterior, mas isso não me impediu de saber em directo da primeira medalha de ouro norueguesa. Foi no domingo, uma verdadeira overraskelse, leia-se surpresa. O favorito a ganhar a prova era Ljøkelsøy - pelo menos era a grande esperança da Noruega -, mas quem ganhou foi Lars Bystøl, também ele norueguês, tendo Ljøkelsøy arrecadado a medalha de bronze.

Eu não vi a final pela televisão. Depois da 1. omgang (primeira ronda de saltos), acabámos por sair da casa dos besteforeldre, e foi no carro que ouvi da notícia. O comentador da rádio não conseguia conter a emoção. Vassiliev Dmitry, o russo que tinha ganho a 1. omgang, ia descer a "rampa". O relato rezava qualquer coisa assim: "Ele está a preparar-se. Bystøl pode ganhar aqui a medalha de ouro olímpica. Dmitry começou. Está no ar. Ele não vai conseguir. Não vai conseguir. Não conseguiu!!! 100,5 metros!!! Bystøl ganhou a medalha de ouro! E ljøkelsøy é bronze!"

Um relato deste género depois de ambos os noruegueses terem saltado é o mesmo que ouvir o último minuto de um jogo de fútebol que Portugal está a ganhar por 1-0 mas a ser pressionado e muito. Agora imaginem se esse minuto durasse 10. Era de dar cabo dos nervos a qualquer bom adepto.